terça-feira, 24 de junho de 2014

Cores


Que foi? Que foi? Onde foi que pingou a gota de chuva com um verde gosto?
Um verde, verdinho, um tanto quanto azulado e com gosto de inverno.
Escorreu no meu rosto e caminhou com o desgosto de querer existir.
Que se esqueça da carne! Não é só o que vale!
Num vermelho azulado um tanto esverdeado o futuro iluminado começará!


Na estrada cumprida que carrega a vida amarronzada,
Caem gotas de chuva arroxeadas, um tanto quanto magoada, e
É lá da beira da estrada que olho pro céu!
Por que fujo das gotas, que de lá vêm azuladas, da porta da casa de Deus?
Molham me os sapatos, não mais tão sorridentes e engraxados, que são de couro como o couro do meu chapéu.


Desejo voar para longe de tudo, num mundo sem teto e sem fundo do abismo profundo antes do existir.
Liberdade é um fardo que, assim necessário, molda meu ser.
Agonia do Nada, consciência desenfreada, me faz querer um chão...
Ah, sei não... sei não... condenado a andar, agora teria pernas e um limite a mais no limiar.
Pra quê falar se ninguém escutar? Pra quê amar sem um coração a pulsar?
Pra quê colorir sem dedos pra sentir? Pra quê te encontrar sem um sonho pra sonhar?


Você tem cheiro de quem quero bem! Eu te peço um e você me retorna cem!
Ai vem! Ai vem! Vem o vento ventando um vendaval de amor branco de todas as cores!
Ai vem! Cheiro de todos os sabores! O perfume colorido de todas as flores!
Vejo que você se faz como arquitetura de todas as cidades, por isso me pergunto sem maldades...

... o que é você, senão pura felicidade?


Texto: Bruno DelTony

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